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Prólogo



Corri o mais rápido que pude até o despenhadeiro e como temia, lá estava ela de pé, braços abertos, envolta numa imensa névoa, como num ritual, olhando fixamente para o abismo, pronta para se jogar.

Desesperado corri ao seu encontro, nos abraçamos, mas não consegui evitar a queda. Caímos juntos no mar revolto e uma rocha pontiaguda recebeu meu corpo.

Após ser transpassado pela rocha, meu corpo foi conduzido pela fúria do mar. Olho em volta e ela não está mais lá. Flutuo sobre as águas até me dar conta de que não estou mais entre os considerados vivos.

E agora o que faço? Para onde vou? Onde está a luz que dizem abrir caminho para os mortos?

Volto à beira do despenhadeiro, revejo toda etapa da queda e sou levado de volta no tempo, ao dia em que tudo começou...

 

Do Livro: PACTO SILENCIOSO - ADRIAN BUTTERFLY

PRÓLOGO - AZZLLON LITERATURA 2023

Foto: Pixabay.com


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