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Everaldo d"Alverga, Jornalista e Fotógrafo

DIA DE CHUVA

Dia de Chuva

foto: PIXABAY FREE

Dia de chuva no centro da cidade é um dia bem interessante e animado. Mesmo que não chova muito, nem pouco, digamos... a média – se é que nós podemos calcular uma espécie de média pluviométrica só na maneira de olhar. No “achômetro”.
 

A chuva faz as pessoas andarem mais “próximas” umas das outras. Daí a sensação de ter aumentado o número de pessoas. Em dia de chuva temos a impressão de que os ônibus estão mais cheios, o metrô não funciona direito, os trens também não e sempre com a mesma desculpa de "tivemos um problema operacional".

O número de automóveis aumenta, o engarrafamento é o dobro, os deslizamentos de morros acontecem em maior quantidade, as enchentes são maiores. Ainda bem que é tudo impressão...

Ando pelo centro da cidade com essa sensação estranha, percebo existir muita dificuldade de me proteger da chuva esgueirando pelas marquises.
 

Para evitar a chuva ao máximo e refletir um pouco, remexo os bolsos e procuro algumas difíceis moedas para inteirar o preço de um cafezinho. Entro num bar, saboreio meu troféu, observo, reflito um pouco e chego às seguintes conclusões: a primeira é óbvia, tenho que comprar um guarda-chuva.

A segunda seria correr entre os intervalos dos pingos da chuva; e a terceira, como esgueirar-me embaixo de algumas marquises sem ser agredido por um guarda-chuva descontrolado.

A primeira sem nenhuma chance, estou descapitalizado, isto é: sem dinheiro. A segunda também é missão impossível porque não sou tão rápido assim e a existência de uma protuberância abdominal dificulta a esquiva entre os pingos. A terceira é doideira total... Algumas marquises foram destruídas, podiam desabar na cabeça dos pedestres e por fim notei existir uma conspiração de pessoas “armadas” até os dentes de guarda-chuvas...

 

Esses revolucionários guarda-chuvinianos tomaram de assalto o espaço protegido pelas marquises restantes. Você que não está com nada, sem guarda-chuva, o jeito é andar na chuva, próximo aos meios-fios, tomando banhos de lama, jogados por automóveis dirigidos por motoristas possessos que fazem isso de propósito.

Em resumo: o guarda-chuva dá direito a andar debaixo das poucas marquises existentes e você, que não tem um... Que se f**a!

EVERALDO d'ALVERGA é Jornalista e Fotógrafo, autor do Livro "Sem Compromisso".

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